Construir diálogos na busca de soluções para a crise climática tem se tornado cada vez mais necessário e refletir sobre os impactos de grandes setores industriais no meio ambiente também é urgente. Com o mundo da beleza não é diferente.
Pensando nisso, a Embrapa, por meio do programa Jornada pelo Clima, irá realizar um painel de liderança na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), na sexta-feira (21), para propor medidas regenerativas para a saúde humana, o meio ambiente e a bioeconomia da floresta.
Curado por Michelle Sartorio, CEO e fundadora da Auê Natural (Reino Unido) – marca britânica de beleza regenerativa que combina bioativos amazônicos rastreáveis e sazonais com ciência, biotecnologia e tecnologia cosmética europeia –, o evento irá reunir cientistas, pesquisadores e empreendedores.
Michelle aponta que o debate climático, após focar quase exclusivamente em energia, florestas e alimentos, precisa incluir a saúde humana no centro das decisões climáticas. Nesse contexto, isso envolve cuidados pessoais e o consumo de cosméticos e produtos que tocam o corpo, identidade, autoestima e cultura.
Ela afirma que a indústria da beleza precisa passar por uma reconfiguração profunda, atuando como força de regeneração, a partir de métodos sustentáveis, educação de jovens consumidores e trabalho em conjunto com a saúde pública. “O futuro da indústria da beleza será sustentável por necessidade climática e social, não por tendência”, acrescentou.
A empreendedora explica que o conceito de beleza regenerativa propõe que, além de reduzir danos, os cosméticos sejam responsáveis pela melhora da saúde da pele, fortaleçam ecossistemas e impulsionem economias locais, sendo particularmente relevante para a Amazônia, região de maior reservatório de bioativos do planeta.
No ponto de vista da saúde, Michelle ressalta que esses ingredientes proporcionam alternativas comprovadamente mais seguras em comparação a ativos sintéticos agressivos ou derivados petroquímicos. Já em relação ao meio ambiente, a adoção de bioativos amazônicos e de soluções regenerativas contribui para a conservação da floresta em pé e a mitigação de impactos associados à indústria da beleza.
“Finalmente, o impacto na bioeconomia é igualmente significativo. A crescente demanda global por ingredientes naturais de alto valor abre uma oportunidade concreta para cadeias produtivas amazônicas, especialmente quando conectadas à ciência, à biotecnologia e ao mercado premium de beleza”, observou.
Para Michelle, participar da COP30 em Belém, por meio do espaço concedido pela Embrapa, significa inserir com estratégia, compromisso e responsabilidade, um debate que entrelaça saúde, consumo e clima no centro da agenda global. “O propósito não é promover uma marca, mas elevar uma conversa urgente, baseada em evidências e centrada no futuro de uma geração já moldada por produtos e algoritmos”, concluiu.

SERVIÇO
Data: 21 de novembro de 2025
Horário: 11h20 – 12h30 (GMT-3)
Local: Embrapa AgriZone (Auditório 1), Belém, PA, Brasil
Com tradução simultânea (português–inglês)
Inscrição gratuita:
https://cop30.events/event/industria-da-beleza-bioeconomia-e-juventude-um-debate-intergeracional-pela-mudanca-sistemica/
Por Isabella Cordeiro