As indústrias de Moda e Design se adequam às tendências do mercado e uma delas é a criação de coleções inspiradas na Cor do Ano. Em 2026, quem representa é “Cloud Dancer”, cuja tonalidade é um branco neutro associado à leveza, à serenidade e ao recomeço.
Pela primeira vez, a Pantone, líder mundial em gerenciamento de cores, elege o branco. “Para a Moda, Cloud Dancer significa cor de leveza e movimento, sendo também uma tonalidade equilibrada em tons quentes e frios. Não se trata de um tom excessivamente brilhante, mas de leve toque, que emite acolhimento, paz, pureza e verdade”, destaca Felícia Maia, coordenadora do curso de Moda da UNAMA.
De acordo com Felícia Maia, a nomeação da cor do ano não é uma tarefa aleatória. Há um processo de pesquisa de mercado e produções artísticas, além do comportamento social que influencia a escolha. O intuito é projetar tendências por meio da linguagem visual e, consequentemente, inspirar as indústrias de moda, arte e marketing.
“A escolha tem impacto direto na criação da moda, assim como em toda a indústria criativa. Marcas de roupas, acessórios e beleza lançam coleções inspiradas no tom e campanhas publicitárias adotam como elemento. Isso acontece porque o mercado sabe da importância do direcionamento de tendências”, explica a especialista.
Segundo a coordenadora, a moda reflete as mudanças de comportamento global. A preferência por tons mais claros tem crescido nos últimos anos, pois remetem à tranquilidade e sutileza. “Essas transformações sociais são observadas pela Pantone, que passa a entender a exigência do mercado. Basta observar as cores escolhidas nos últimos dois anos”.
Em 2025, foi o Mocha Mousse, tom de marrom suave. Já em 2024, foi o Peach Fuzz, um rosa aveludado. “Ao que tudo indica, em 2026, as pessoas buscam harmonia, conforto e consumo de realidade”.
Embora o branco seja identificado por sua ‘ausência de cor’, Felícia Maia tem um pensamento diferente. Para ela, a escolha do Cloud Dancer é significativa por permitir diversas abordagens e narrativas cromáticas. “Vivemos em uma sociedade freneticamente conectada. Talvez, essa nova escolha seja um indício de recomeço. Partindo de uma tela em branco, em 2026, vamos colorir um mundo mais justo, digno, sustentável e humano”, conclui.
Por Quezia Dias/Ascom UNAMA